domingo, 24 de agosto de 2025

 UMA HOMENAGEM A MINHA CIDADE QUE COMPLETA 2013 ANOS.

Hamilton Raposo de Miranda Filho.

Há algum tempo venho insistindo na vocação de São Luís em virar metrópole, sairíamos da mesmice de uma cidade comum e viraríamos uma metrópole com os mais altos de IDH. Sempre fomos bombardeados por notícias sudestinas ou por crias tupiniquins que não condizem com a cidade ou com o estado. Alguns que nunca passaram por aqui, tiveram a ousadia de nos comparar com o Afeganistão, um país que viveu uma sangrenta e desigual guerra, foi invadido, dominado por fundamentalistas e com a garra do seu povo vai se reconstruindo. O infeliz que fez esta esdrúxula comparação não conhece o estado e muito menos aquele país. Felizmente os dois povos têm orgulho de suas origens e das diversidades das suas culturas.

Por questões de política provinciana, alguns, procuram encontrar defeito em tudo, como se São Luís fosse a pior cidade do mundo e o Maranhão o pior estado do mundo. Nenhum um e nem outro. O fato é que a autoestima do maranhense e do ludovicense que tinha ido embora, ressurgiu como a fênix, uma ave fabulosa, que após viver mais de 300 anos em um braseiro, renasce das próprias cinzas, como um ser especial, superior e dotado de grandes qualidades. Aquele mantra da política arcaica de “quanto pior melhor”, acabou e não somos mais a sarjeta do Brasil.

Eu amo o Maranhão e tenho orgulho de ser maranhense. Eu amo São Luís e tenho orgulho de ser ludovicense. Nasce assim, a revanche do Maranhão, dos maranhenses e dos ludovicenses.

Eu tenho como conterrâneos poetas e escritores como Gonçalves Dias, Artur Azevedo, Aluísio Azevedo, Catulo da Paixão Cearense, Américo Azevedo Neto, José Chagas, Carlos Cunha, Nascimento de Moraes, Coelho Neto, Graça Aranha, Bandeira Tribuzi, Luís Augusto Cassas, Chagas Val, Carlos Cunha, Arlete Nogueira da Cruz, Helena Barros Heluy, Ferreira Gullar, Nauro Machado e tantos outros que nos orgulham de ser maranhense e ludovicense. Bastava isto para sentir orgulho da minha maranhensidade. Entretanto, quase que por acaso, aqui nesta cidade, em São Luís, apesar de alguns dizerem ser Coroatá, nasceu a mulher mais influente da política maranhense e nacional do século XVIII, feminista e sem medo de enfrentar a elite machista da época, foi a primeira política a ter sua imagem destruída e desconstruída por seus adversários políticos. Dona Ana Jansen ficou na lembrança e na história e os seus adversários se foram e ninguém sabe quem os são. Dona Ana Jansen até hoje é lembrada e homenageada. Sou conterrâneo de Maria Firmina dos Reis a primeira escritora do Brasil. Sou conterrâneo de Dilu Melo cantora e musicista com projeção nacional. Sou conterrâneo de Apolônia Pinto a primeira dama do teatro brasileiro.

Qualquer povo sentiria orgulho de tantos DNAs famosos e com inteligência privilegiada e que diriam humildemente chega - não vamos constranger as outras capitais, somente estes satisfazem o meu orgulho de ser maranhense e ludovicense, mas o maranhense pensa diferente, afinal de contas não somos um povo qualquer, somos maranhenses e queremos muito mais. Por isso então, é que sou conterrâneo de Odilo Costa Filho, João Lisboa, Josué Montelo, Odorico Mendes, Candido Mendes, Gomes de Sousa, José Louzeiro, Franklin de Oliveira, Nonato Masson, João Lisboa, Bandeira Tribuzi, Joaquim Itapary, Nonato e Benedito Buzar. Sou conterrâneo de Urbano Santos, Satu Belo, Borjana Lobão, José Sarney, Cafeteira, Joãozinho Trinta, Chico Coimbra, Tampinha, Clodomir Milet, Paulo Ramos, Salomão Fiquene, Jackson Lago, Benedito Leite, Lago Burnet e Flávio Dino, Nego Cosme....

São políticos, escritores, artistas, juristas, médicos, matemáticos, cientistas, jornalistas, homens e mulheres que fizeram a história do Brasil e do mundo.

Tenho orgulho de falar que sou da terra de João do Vale, Patativa, Dona Teté, Antônio Vieira, Zeca Baleiro, Alcione, Tribo de Jah, Papete, Turíbio Santos, Sinhô, Ubiratan Sousa, Bicho Terra, Boi Barrica, Mano Borges, Sérgio Habibe, Ubiratan Sousa, Chico Saldanha, Cesar Teixeira, Cristóvão Alô Brasil, Bulcão, Godão, Gabriel Melonio, Josias Sobrinho, Flávia Bittencourt, Rita Benedito, Joãozinho e outros, outras, outros e outras...

Sou Bolívia Querida, sou da terra do único time tricampeão brasileiro em três séries diferentes. O único bicampeão brasileiro invicto, o Sampaio Correia Futebol Clube. Sou da terra de Iziane, Kleber Pereira, Ana Paula, China, Tião, Phil, Djalma, João Bala, Canhoteiro, Juca Baleia, Arlindo Maracanã. Pimentinha e outros, outras e outros...

Sou guerreiro, lutei contra franceses e holandeses e coloquei os patrícios no seu devido lugar.

Bastaria que eu cantasse “Maranhão berço de heróis” ou “Chiador abalou Maioba, chão tremeu quem fez foi Maracanã”, ou então “Maranhão meu tesouro, meu torrão, fiz esta toada pra ti maranhão...” somente isto me encheria de orgulho da minha terra. Entretanto eu gosto de dizer que sou “sou Maioba, Maracanã, Madre Deus, Morros, Axixá, Pindaré, Floresta, o sotaque que seja, sou cantador”. Sou Turma do Quinto, Favela, Flor do Samba, Bicho Terra, Foliões...” Sou Maranhense e ludovicense com muito orgulho!

PARABÉNS SÃO LUIS PELO DIA 08 DE SETEMBRO, ANIVERSÁRIO DA ILHA REBELDE, ATENAS BRASILEIRA, JAMAICA BRASILEIRA, ILHA DO AMOR E A CIDADE MAIS BONITA DO BRASIL!

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

 FORMAS DE INTERVENÇÃO DE BAIXO CUSTO PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO NOS CASOS DE USO E ABUSO SE SUBSTÂNCIA.

Hamilton Raposo Miranda Filho

Sempre demonstrei a minha preocupação com a forma de atendimento das instituições públicas e das comunidades terapêuticas aos usuários e dependentes químicos e a ausência quase que total com a prevenção.


O que vale tratar e o que vale prevenir?


Nenhum país conseguiu acabar com o consumo de drogas e muito menos com o tráfico de drogas, quase todos voltados para a internação ou para a repreensão armada e violenta. Aqueles que tiveram algum tipo de êxito no controle e redução do uso e do comércio ilegal, o fizeram através de investimento na educação, legalização e discriminalização , basta conhecer a realidade desses países e comprovar esta afirmativa.


A história do consumo de drogas, didaticamente, se faz por etapas, e assim tivemos: 

1a etapa: O homem inicialmente usava drogas por questões de sobrevivência, necessitava de uma força ou coragem para enfrentar as adversidades que existiam naquele período;

2a etapa: O homem procura no consumo de drogas o encontro com o divino, o encontro ou a proximidade com Deus, e porquanto, teria sido a igreja, a primeira instituição a combater ou demonizar o uso de drogas. Para a igreja, seria impossível este encontro transcendental, sem a interferência da igreja.A partir desta época é criada a teoria dos degenerados, que estigmatizada em definitivo o dependente químico e os doentes mentais, passando este tema a ter uma concepção extremamente moralista.

3a etapa: Acontece com o surgimento do processo industrial e da modernização das práticas comerciais. O consumo de drogas se expande e adquire uma concepção terapêutica, diversas drogas entram ou passam a serem usadas no tratamento de diversas doenças ou sofrimentos. Posteriormente, o consumo de drogas adquire a forma lúdica, passa a ser usada de forma social ou recreativa, o homem encontra na droga o prazer para as suas adversidades.

4a etapa: Após a segunda grande guerra, o mundo passa por grandes transformações sociais, políticas e econômicas. O mercado se expande, a indústria farmacêutica se desenvolve e surge as principais drogas recreativas.Nenhum país do mundo foi capaz de conter o avanço ou o comércio ilegal de drogas. A partir da década de 1970 aumentou o consumo de drogas no mundo e todos os países iniciaram uma política repressiva, voltada exclusivamente para a violência, fato este que demonstrou ser ineficiente, e permanece ineficiente, como é ineficiente a prevenção e o tratamento.


A pergunta que segue, se é possível viver em uma sociedade sem drogas?


E baseado nesta pergunta é que propomos práticas de intervenções nos três níveis de atenção da saúde:

1- Intervenção primária:

1.1- Foco da atenção é no experimentador ou no usuário ocasional

1.2- Objetivo: Retardar o início de experimentação de qualquer droga (lícita ou ilícita) ou eliminar o uso inicial ou ocasional.

1.3- A conduta de suporte será sempre socioeducativa.

1.4- Local de atenção ou de intervenção deve ser na escola, no trabalho ou no seio familiar.


2- Intervenção secundária:

2.1- Foco da atenção é para o usuário habitual

2.2- Objetivo: Eliminar o uso ou reduzir o consumo, ou evitar a progressão para o uso mais frequente e prejudicial.

2.3- A conduta de suporte é socioeducativa, psicológica e / ou médica caso seja necessário algum suporte terapêutico.

2.4- Local da intervenção deve ser na escola, meio-social onde o usuário se encontra ou locais em que frequenta, ou centros especializados.


3- Intervenção terciária:

3.1- Foco de atenção é para o usuário abusivo ou dependente.

3.2- Objetivo: Tentar a abstinência ou a redução do uso (frequência e quantidade) e diminuição dos efeitos da droga.

3.3- A conduta será sempre reabilitadora, portanto multiprofissional,  médica, psicológica, terapêutica ocupacional e social.

3.4- Local da intervenção: Na família, empresa, escola e centro especializados.

“ Se não for possível interromper o uso de drogas, que ao menos se tente minimizar os danos ao usuário e à sociedade, causado por este uso”.