quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

COMENTÁRIO III A RESPEITO DO PORQUE DO MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA: A história de todas as sociedades que existiram até os nossos dias sempre houve a história de lutas entre as classes... homens livres e escravos, patrícios e plebeus, barões feudais e servos, patrões e empregados, opressores e oprimidos. A luta foi capaz de uma transformação revolucionária na sociedade e mesmo com o declínio comum das classes em luta, o homem e a sociedade só se desenvolveram através da luta de classes.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O PORQUE DO MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA - COMENTÁRIO I
Todas as potências da velha Europa uniram-se para combater os novos modelos ideológicos que contrariavam os privilégios das classes dominantes. Assim, o Papa Pio IX, o Czar Nicolau I e os radicais franceses e alemães, todos combatiam a nova forma de política advinda dos ideais de Karl Marx e Engels.
COMENTÁRIO II
Em 1948 Karl Marx em Londres, afirma, que já é tempo de os comunistas exporem a todo mundo o seu modo de ver, os seus objetivos, as suas tendências, expondo desta forma o espectro comunista.

domingo, 27 de janeiro de 2019

RESIDÊNCIAS, CASAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS
São Luís é uma cidade cosmopolita e por diversas épocas passou por transformações urbanísticas que contam a história da cidade e do seu povo. As décadas de 1950 e 1960 devem ser muito bem analisadas por arquitetos, urbanistas e historiadores, talvez seja o período de maior transformação da cidade.
Nesta época foram construídas diversas residências no centro de São Luís ou em bairros próximos e emergentes e que ainda se mantêm em sua opulência e beleza. Alguns destas residências ficaram desfiguradas, outras foram transformadas em pontos comerciais, estacionamentos ou repartições públicas. Estas construções que resistem ao tempo e as transformações da cidade, passam despercebidas dentro do contexto de valorização do estilo colonial.
Na Rua de Santa Rita a residência de Heitor Franklin da Costa e de José Ateniense Libério se enquadra neste contexto estético. A Rua dos Remédios esquina com a Rua dos Afogados tem um dos mais belos exemplares da arquitetura maranhense, a antiga residência do Dr. Ernane Barros. Na Rua das Hortas podemos ainda admirar a opulência do prédio da Justiça Federal em frente a Praça Odorico Mendes, a residência de Dr. Gabriel Cunha hoje Fundação Josué Montelo e diversas outras construções do período. A Rua do Sol esquina com a Rua de Santa Rita chama atenção a antiga residência da família Francis, e na Avenida Beira-Mar diversas casas resistem e se mantem como residência, o exemplo é as residências da família Neiva de Santana e de Haroldo Tavares.
Saindo do centro da cidade, o Canto da Fabril resiste ao tempo e ao abandono, e a residência da família Aboud, toda construída em ferro pré-moldados importados da Inglaterra é um deste exemplo da arquitetura que resiste ao abandono e a pouca importância dos gestores públicos com a história da cidade. Esta casa conta a história têxtil do Maranhão e de um passado progressista do estado. No bairro do Monte Castelo a residência de Eduardo Aboud, hoje uma clínica urológica, é outra construção que merece ser vista pela beleza e importância social e histórica. A residência da família Mendonça, chamada casa das bolinhas, adquirida pela família de um famoso maçom da cidade, retratava com as bolinhas na parede externa triângulos referentes a simbologia maçônica. Mais acima um conjunto de residências representativas do período, como as residências de Gentil e Noris Garrido, Carlos e Zelinda Lima, Manduca Bogéa e a famosa águia guardando a entrada da casa, e a belíssima residência da família Moraes Correia, são outros belos exemplos da arquitetura maranhense do período que fizeram e fazem a cidade ficar mais bonita.
A estética da cidade não ficou restrita às construções residenciais, a cidade despertava e se expandia além do Canto da Fabril. O projeto da Avenida Kennedy e a entrega de casa populares ao longo da avenida, entre a confluência da avenida com a Vitorino Freire até a Praça da Bíblia, foi o marco de crescimento para a periferia da cidade. A Avenida Kennedy dividia as Coreias, a Coreia de baixo e a Coreia de cima. O conjunto Filipinho, projetado por uma cooperativa, mantém as mesmas características até hoje. O conjunto Aldenora Belo foi responsável pelo surgimento e crescimento do Bairro da Alemanha, Ivar Saldanha e Avenida dos Franceses, também permanece com as mesmas características.
São Luís resiste a tudo, sobrevive resistindo a todas as descaracterizações, desorganização, omissão e modismos. Passeie pela cidade, observe e admire a sua arquitetura através dos tempos. Um bom domingo a todos!
HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO.

domingo, 20 de janeiro de 2019

HISTÓRIAS DE SÃO LUÍS
A FORÇA DO RÁDIO E A CHEGADA DA TELEVISÃO.
A força do rádio é indiscutível e o país sempre esteve nas ondas do rádio. Em São Luís não podia ser diferente. Este meio de comunicação sempre serviu para entretenimento, informação e cultura. Se o Brasil cantava e dançava com as cantoras de rádio antes da televisão, aqui também nós tivemos as nossas cantoras do rádio e que fizeram as manhãs de domingos mais festivas. Orlandira Matos e Lurdinha Sousa eram um fenômeno de sucesso e de audiência na cidade. O programa de Lima Junior na Rádio Difusora recebia cantores, cantoras e os famosos calouros, como o programa de Ari Barroso na Rádio Nacional.
São Luís simplesmente parava as 12h00min horas para ouvir Fernando Sousa, almoçava-se somente depois do comentário político do “Difusora Opina” que era o termômetro político da cidade. Fernando Sousa foi o primeiro âncora da comunicação maranhense. A sua opinião refletia todas as tendências políticas da cidade e do estado. No período de carnaval todas as notícias eram passadas aos ouvintes ininterruptamente pelos Vigilantes RD. Nada passava despercebido pelos Vigilantes RD. A cidade funcionava em um Transglobo da Philips.
As manhãs de domingo eram do Aldir Dudman e do Lima Junior e as tardes esportivas dos competentes Guioberto Alves, Jafé Mendes Nunes, Rui Dourado, Canarinho, Luciano Silva, Herbert Fontenele e Jairo Rodrigues.  A força do Rádio Maranhense ficou evidenciada por ocasião do programa a “Guerra dos Mundos”. A cidade parou e ficou completamente anestesiada e em pânico entrou em desespero devido uma suposta invasão alienígena. Uma ficção do Orson Welles adaptada pela excelente equipe de comunicadores da Rádio Difusora comandada por Sérgio Brito e apresentado por Rayol Filho e Fernando Silva. Devido o realismo dado a ficção, a emissora teve depois sérios problemas com a justiça. Acho que foi o melhor programa de rádio já produzido no Maranhão.
O Rádio Patrulha e Futebol de Meia Tigela produzido por Rui Dourado e apresentado Rádio Timbira costumavam ter 100% de audiência. Os programas tinham personagens que foram incorporados no cotidiano da cidade, como o “xexeléu o dono das coisas”. O Domingo é Nosso de Lima Junior, quando deixou de ser apresentado em auditório e passou a ser produzido em estúdio, introduziu a participação dos ouvintes por telefones e a cidade parava e escutava o Domingo é Nosso!
Alegria na Taba, Ronda Policial, Debaixo do Cajueiro, Galinho da Madrugada e Correio do Interior tiveram uma importância social que ia além do entretenimento, necessitando devido sua importância de um profundo estudo social e antropológico. A história contemporânea de São Luís pode ser contada pelos programas de rádio. Foi pelo rádio que Sarney fez valer “meu voto é minha lei” e Cafeteira o “prometeu e cumpriu”.
O rádio nunca perdeu sua força e influência nem mesmo com a chegada da televisão, trazendo novidades, pioneirismos e imagens. As telenovelas TV Tupi e da atual onipresente TV Globo, nada mais são que uma adaptação das radionovelas. Irmãos Coragem foi uma adaptação de Jerônimo o Herói do Sertão. Artistas como Reinaldo Faray, Aldo Leite, Carlos Lima, Lurdes Tajra e Murilo Campelo (ator, apresentador, locutor, humorista e repórter) representavam e divertiam os maranhenses pelas ondas do rádio.
O público infantil tinha o seu horário e seus palhaços. Marreta e Pipiu faziam sucesso e zelavam pelo bom comportamento das crianças. Existia um jargão criado pelo palhaço Marreta “saiu do coração de Marreta” para quem fizesse alguma travessura ou desobediência, e eu tinha um pavor de sair do coração do Marreta. Dona Carochinha apresentado por Nicomar Costa, contava histórias infantis e tocava somente músicas infantis, ficou décadas no ar , ora na Radio Ribamar, ora na Rádio Educadora.
A compra de aparelhos de televisão era para poucos e assistir televisão um luxo. Normalmente as pessoas se reuniam na casa de algum vizinho que tinha uma televisão e todos assistiam juntos e felizes, eram os “televizinhos”, que aplaudiam até os chiados e chuviscos dos velhos televisores a válvulas. Nesta época, a Prefeitura de São Luís, instalou em cada praça um aparelho de televisão, acabando assim com o ecumenismo dos “televizinhos”. Conta-se que a maioria dos televisores instalados em logradouros públicos foram depredados por telespectadores inconformados e descontentes com um final de novela, provavelmente Irmãos Coragem.
O início da televisão em São Luís permitiu que assistíssemos séries fantásticas e hoje transformados em filmes cult, como: Zorro, Ritintim, Vigilante Rodoviário, Guilherme Tell e Nacional Kid. A televisão se globalizou, entrou em rede e perdeu o encanto para as redes sociais. O rádio permanece mais vivo do que nunca!
São histórias da minha cidade!
Uma homenagem a todos os radialistas e jornalista de São Luís.
HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO

domingo, 13 de janeiro de 2019


A TURMA DA SODISCO
Há algum tempo acompanho nas redes sociais os encontros de uma turma que reflete muito bem a vida social de uma época. O comportamento era de menor intensidade e não tinham a globalização da comunicação e a rapidez das redes sociais. A forma de entretenimento era tímida e quase que restrita a visitas familiares, bate-papo em uma escada, vídeo-tapes e long-plays. O rigor da censura restringia o alcance da informação, cultura e lazer, mais não impedia o convívio social.
A música que sempre aproximou as pessoas nos mais diferentes contextos, servia de válvula de escape para aqueles duros anos de repressão. O certo é que existe uma etapa de vida em que a música tem um folego maior e nos tornamos mais sensíveis ao ouvi-la. E em torno da música, vários grupos sociais se reuniam todas as tardes na porta da loja SODISCO na Rua Grande. Ali se comprava, trocava ou se emprestava os hits do momento.
O coordenador dos encontros e orientador musical era o gerente da loja, conhecido por Betinho, que indicava o disco a ser adquirido de acordo com a preferência de cada um. Alguns gostavam de Pink Floyd, The Who, Nazareth, Black Sabbath, Santana; outros preferiam baladas românticas, aquelas músicas que tocavam nas festas domiciliares da época. Músicas como Alone Again, Clear, Ben, Rock and Roll Lullaby que embalavam corações adolescentes apaixonados.
Na SODISCO as tribos se encontravam. A loja não existe mais.
Os amigos, companheiros, colegas de encontro na SODISCO permanecem na vida, alguns distantes e outros nem tanto, permanecem se encontrando sem as calças boca de sino ou de cabelos grandes, quase todos chegam com os filhos ou netos e relembram, entre tantas lembranças, os dias em que bateram cabeça com o mais puro rock and roll ou dançaram de rosto colado ao som de Bem de Michael Jackson.
HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO

sábado, 12 de janeiro de 2019

ACADEMIAS, MESTRE SAPO E O SUCESSO DE OSVALDO E DENISE!

Hamilton Raposo de Miranda Filho - é psiquiatra e professor universitário. hamiltonraposo@gmail.com


O ano novo sempre começa com uma promessa: deixar de fumar, perder peso, conseguir um emprego, arranjar um namorado, ficar rico e praticar alguma atividade física. E essa sem dúvida alguma é a mais prometida.
Sou de uma geração pouco comprometida com atividade física, até porque não era modismo e poucos lugares existiam para a pratica desportiva, quase todas limitadas aos clubes sociais da época: Casino, Litero e Jaguarema.
As minhas recordações esportivas estão limitadas aos jogos escolares e as peladas nos finais de semana nos clubes sociais da cidade. Não existia um padrão de beleza e nem o famigerado culto ao corpo. Homem não tinha barriga de tanquinho” e mulher alguma queria ter o corpo de Gisele Bündchen, era necessário ter substância, algo renascentista. O fetiche não era o corpo, era a farda do colégio ou o vestido de festa.
Fazer então alguma atividade física era ter que esperar a aula de educação física da escola. O Prof. Luís Aranha costumava ministrar suas aulas com polichinelos, apoios, barras e corridas em volta da quadra do Liceu com seu inseparável cigarro Minister. Os Professores Rinaldi Maia e o Major Alves insistiam em ensinar basquete para uma turma de desajeitados, sempre na esperança de encontrar algum grande jogador no perfil de Mauro Fecury, Januário e Zequinha Goulart, Azziz ou Zé Reinaldo Tavares. A Prof.ª Mary Santos cansava as alunas da Escola Normal com seus bizarros uniformes de educação física numa maratona interminável de senta-levanta, senta-levanta que não tinha fim. A Prof.ª Helena Teles era conhecidíssima por tentar ensinar vôlei para as meninas do Colégio Santa Teresa. Formaram gerações e gerações sem vícios ou violência. Educaram e formaram cidadãos e cidadãs.
Fui aluno quando estudei no Colégio Zoé Cerveira do Capitão Júlio, cujas aulas  pareciam com uma ordem unida, levava a questão da disciplina ao extremo. O meu amigo, o criminalista e político Josemar Pinheiro, teve seu calção rasgado por diversas vezes com canivete por causa da sua total inaptidão esportiva. A minha amiga Ana Sofia, a única da família Nascimento de Moraes a tentar correr atrás de uma bola, sofreu também nas mãos do rigoroso e disciplinador Capitão Júlio. 
A modernização do ensino veio com o curso de Educação Física da UFMA. A presença do Prof. Dimas representou um divisor no comportamento e na moderna metodologia das aulas de educação física. Desportista, introduziu o handebol no Maranhão e foi responsável por uma geração de campeões. Fez uma escola moderna e ativa. As escolinhas de esportes criadas por Cláudio Vaz dos Santos, o alemão, foi fruto do trabalho e modernidade do Prof. Dimas.
É desta época surgimento das modernas academias. A prática indevida, arriscada ou inapropriada do bater peso” ou comer ferro” estava com os dias contados, surgiram técnicas e métodos. A ginástica sueca” estava em desuso. Surge a Academia Vida e Saúde do Prof. Otoniel e a Academia da Prof.ª Cecília Moreira, a mais preparada professora de educação física do Maranhão. Na década de 1970, além das academias de ginástica, assim eram chamadas, surgem as primeiras academias de artes marciais e deixo o registro da academia de karatê do Prof. Murilo, a academia de judô do Prof. Paulo Leite e a academia do Major Vicente Leitão da Rocha como pioneiras nestes esportes. Cito alguns alunos destas academias: Alberto Tavares, Paulo Miranda, Ivan Sarney, Sebastião, Adolfo e Durval Paraíso, Gabriel Cunha, Nelson Frota e os irmãos Leite, a nossa família Grace, abnegados pelas artes marciais foram responsáveis pela introdução do judô no Maranhão. Registro um capoeirista que conquistou a cidade de São Luís e praticou diversas lutas, inclusive o vale-tudo, o baiano Sapo. O Mestre Sapo!
Com o início da década de 1980 a prática da natação desperta interesse e atenção especial da sociedade e os grandes responsáveis por este fenômeno e pela introdução de técnicas especiais, principalmente quando aplicada em crianças, são dois jovens talentosíssimos, Osvaldo e Denise, o maior exemplo de empreendedorismo, competência, seriedade, dedicação e amor ao esporte. O maior exemplo de que o Maranhão dá certo!