domingo, 13 de janeiro de 2019


A TURMA DA SODISCO
Há algum tempo acompanho nas redes sociais os encontros de uma turma que reflete muito bem a vida social de uma época. O comportamento era de menor intensidade e não tinham a globalização da comunicação e a rapidez das redes sociais. A forma de entretenimento era tímida e quase que restrita a visitas familiares, bate-papo em uma escada, vídeo-tapes e long-plays. O rigor da censura restringia o alcance da informação, cultura e lazer, mais não impedia o convívio social.
A música que sempre aproximou as pessoas nos mais diferentes contextos, servia de válvula de escape para aqueles duros anos de repressão. O certo é que existe uma etapa de vida em que a música tem um folego maior e nos tornamos mais sensíveis ao ouvi-la. E em torno da música, vários grupos sociais se reuniam todas as tardes na porta da loja SODISCO na Rua Grande. Ali se comprava, trocava ou se emprestava os hits do momento.
O coordenador dos encontros e orientador musical era o gerente da loja, conhecido por Betinho, que indicava o disco a ser adquirido de acordo com a preferência de cada um. Alguns gostavam de Pink Floyd, The Who, Nazareth, Black Sabbath, Santana; outros preferiam baladas românticas, aquelas músicas que tocavam nas festas domiciliares da época. Músicas como Alone Again, Clear, Ben, Rock and Roll Lullaby que embalavam corações adolescentes apaixonados.
Na SODISCO as tribos se encontravam. A loja não existe mais.
Os amigos, companheiros, colegas de encontro na SODISCO permanecem na vida, alguns distantes e outros nem tanto, permanecem se encontrando sem as calças boca de sino ou de cabelos grandes, quase todos chegam com os filhos ou netos e relembram, entre tantas lembranças, os dias em que bateram cabeça com o mais puro rock and roll ou dançaram de rosto colado ao som de Bem de Michael Jackson.
HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO

Nenhum comentário: