sábado, 8 de dezembro de 2018


BASES, BOATES E SÃO LUÍS.
São Luís é a melhor cidade do mundo, deveria ser a capital do Nordeste e sempre teve vocação cosmopolita. Andamos sempre na frente das grandes cidades e aqui nada chegou depois ou por acaso. Os grandes fenômenos, as grandes causas, os modismos ou qualquer outra coisa, sempre esteve a frente dos grandes centros.
Quando todo o Brasil tinha medo de discutir ou tratar das questões GLTS, São Luís apresentava para o mundo a “Base da Pedrita”, uma verdadeira indústria de diversão e de tolerância. O mundo conhecia Miami através do filme a “Gaiola das Loucas” e aqui já existia a “Base da Pedrita”.
Ir para a “balada” foi um termo cunhado no Sudeste e significa ir para alguma diversão ou uma festa. O bom maranhense não vai para a balada, maranhense “raiz” ou maranhense autêntico faz ”base”. Aqui não tem Leblon, Ipanema, Jardins, Augusta ou outra rua ou bairro específico para diversão. Aqui tínhamos as “bases” espalhadas por toda a cidade e que ofereciam muita diversão. As bases eram bares, boates ou pontos de encontros, e alguns ficaram famosos e estão a décadas instaladas com um público fidelíssimo, o exemplo disso é a “Choperia Marcelo”.
Algumas bases tiveram duração efêmera e suas marcas permanecem na memória de muitos. O Recanto das Panteras ou a Base das Coroas remetem a uma sensação inigualável de prazer e saudade. A Base do Pompeu despertava em meus sobrinhos Paulinho e Maurício a sensação de curiosidade e de incomodo pelo barulho causado na voz de Amado Batista ou de WaldicK Soriano. As Boates Gata Mansa e Menina Veneno fizeram sucesso e o nome sugestivo dava a sensação de liberdade em plena ditadura militar na década de 1970.
No início da década de 1980 um bar em São Luís tentou mudar o padrão de diversão da cidade, o “Tom Maior” que ficava no bairro de São Francisco e com características modernas fugia do contexto de “base”, durou pouco tempo e não resistiu à tentação carnal das “bases”.
A URBV e a UBRA eram clubes sociais da classe média proletária e funcionavam como lazer nos finais de semana nos bairros de Fátima e Anil. A Ziloca era boate e base que reunia boêmios e humanos comuns, a boate ditava os ritmos e exibia os primeiros de DJs da cidade.
Nada, entretanto, é mais significativo e emblemático que o Clubão da Cohab.
Fica o registro de bases e boates e quem pensa que tudo isso era putaria, está totalmente engando.

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