A HISTÓRIA
PSICOPATOLÓGICA DE VICENT VON GOGH
IDENTIFICAÇÃO: Vicente Von Gogh nasceu em 30 de março de 1853
em Zundert - Holanda, era filho de Theodoro Von Gogh e de Ana Cornélia
Carbenti, artista plástico falecido em 23 de julho de 1890.
PERSONALIDADE PRÉ-MÓRBIDA:
Irritável, briguento e por pequenas divergências de opinião se
transformava em brigas violentas.
HISTÓRIA CLÍNICA: Aos 21 anos (1874) apresentou descuido com
a aparência e das atividades profissionais, isolamento social e redução do
apetite.
Aos 24 anos apresenta um outro episódio, tem sentimento de
culpa e se submete a diversas autopunições, bate em si próprio com um bastão,
alimenta-se apenas de pão e se priva do sono. O discurso torna-se incoerente e
cheio de ideias absurdas.
Aos 26 anos se envolve com a religião e passa atuar como
evangelista na cidade de Borinage na Bélgica, e tem uma atuação com fervor fora
do normal, faz trabalhos domésticos no mosteiro, reza na cabeceira de
acidentados, trabalha dia e noite, doa todos os seus pertences aos pobres,
inclusive as suas economias, recusa-se a comer e anda descalços e com roupas
feitas de saco. É expulso da ordem religiosa devido seu comportamento ser
considerado inadequado.
Volta para a casa dos pais na Holanda e seu pai decide
interna-lo em uma instituição para doentes mentais. É a sua primeira
internação.
Aos 31 anos Vicente Von Gogh tem insônia, diminuição do
apetite, perda de peso e é descrito por familiares como irritadiço, triste e
infeliz.
Aos 35 anos escreve uma carta para o seu irmão Theo, grande
amigo e confidente, e diz “sentir-se muitíssimo bem, carregado de eletricidade,
uma locomotiva para pintar, as ideias para o trabalho me vem em abundância”. Von
Gogh trabalha com o pintor Paul Gauguin com quem se desentende e em um acesso
de fúria, em uma noite de Natal, corta o lóbulo da sua orelha esquerda e tenta
entregar para uma prostituta, que denuncia o caso para a polícia.
Von Gogh novamente é internado e devido gravidade do seu
estado mental, é levado para uma solitária onde fica por vários dias amarrado.
É internado no Hospital de Arles e assistido pelo Dr. Félix Rey, não alienista,
que fez o seguinte diagnóstico: “Vicente Von Gogh é portador de uma espécie de
epilepsia caracterizada por alucinações e por episódios de agitação confusa,
cujas crises eram favorecidas pelo excesso de álcool.”
Outro não alienista, o diretor do Hospital de Arles, fez o
seguinte diagnóstico: “uma espécie de mania aguda com dellirium generalizado.”
Aos 36 anos (1889/02) o quadro clínico de Von Gogh se deteriora
e é internado novamente no Hospital de Arles, devido apresentar “delírios
persecutórios, alucinações auditivas, tristeza, sentimento de vazio,
incapacidade para o trabalho, autoestima muito baixa, episódios de
agressividade, persegue e agride vizinhos, invade suas casas e faz ameaça de
suicídio.” É internado novamente através da força policial atendendo petição
assinada pelos vizinhos que não suportavam mais a sua convivência.
Entre abril e maio de 1889, Von Gogh é internado no Asilo de
Saint-Paul – de – Maurale, devido apresentar “sentimento de vazio na cabeça,
cansaço, melancolia, remorsos atrozes e incapacidade para o trabalho.” É
assistido pelo médico não alienista, Dr. Peyron, que formula o diagnóstico” de
mania e epilepsia.”
Em julho de 1889 recebe alta hospitalar e logo após a alta,
de regresso para Arles, sofre uma nova crise, tem “alucinações auditivas,
delírios de perseguição (acredita que autoridades católicas querem lhe
envenenar e lhe aprisionar), quase não fala, não se alimenta e tenta suicídio
ingerindo tinta.”
No dia 27/07/1890, Von Gogh sai para o campo para pintar uma
das suas mais bela obra, mas só retorna à noite e estava sangrando na altura do
abdome. Ele havia disparado um tiro em seu abdome. Von Gogh veio a óbito 30
horas depois do atentado, na madrugada do dia 29/07/1890, aos 37 anos, ao lado
do seu irmão Theo e é este quem ouve as suas últimas palavras: “Falhei mais uma
vez...não chora, fiz isso para o bem de todos... a tristeza duraria para
sempre.”
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