segunda-feira, 24 de setembro de 2018


O BEIJO.

Ainda que o vento
Não tivesse fim
E que se perderia
Na solidão do espaço.
E que o sopro
Fosse o esboço da vida,
O começo,
Meio
E fim.
Nada mais
Seria santificado
Que o beijo,
Escárnio da traição
E volúpia abençoada
De cada dia.
O que se perdeu no juízo,
Além das mãos
Falsamente limpas?
Nada.
E nada ficou como antes.
O beijo
E as mãos
Continuam sujas e traiçoeiras,
A vida,
Foi glorificada,
Morta
E sepultada.

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