PECADO ORIGINAL
Bendita sois vós entre as mulheres,
Bendito seja o
vosso santo nome.
Bendita é
quem saciou o desejo primacial,
Bendita seja aquela
privada do desejo carnal,
Santificado
seja o vosso nome.
És santa
E como tantas outras santas,
Foste copulada por varões famintos de comida e sexo.
Pobres
mulheres,
Perversamente
comidas e abandonadas,
Desmoralizadas
em adultério permitido
Reintegram-se
em paixões adultas,
Com o demônio
sedutor ao lado,
A exigir
permissividade.
Bendito seja o vosso sacrifício
Em conceberes
em pecado
Aquele que te
possui e te abandona.
És hipócrita e
canalha,
Quando rejeitas
Aquela que em
noites mal dormidas,
Satisfez-te,
Seduziu-te
E te fez
gozar...
Não te interessas, perverso cristão,
Pelas horas de prazer que arrancaste daquela esquálida
mulher,
Que sorria,
Enquanto tu,
Bárbaro
primitivo,
Arrancavas, em
sucções metafísicas,
A última dose
de sexo da tua vítima.
Vai, perverso,
À procura de
outros gozos
E, quem sabe,
encontres Alexandre,
O Grande,
Qual teu pai,
Violento e
conquistador,
E que te faça
sangrar em interminável gozo anal...
Quem sabe ele,
Perverso e
permissivo,
Encontre nas
tuas entranhas
Muito mais que
o prazer...
Foge aterrorizado da tua satisfação anal,
Da inversa penetração
E do gozo confabulado.
Esconde-te,
Foge dos teus pares
E na espreita do desejo,
Realiza-te
E te confunde com pensamentos obsessivos.
És um tolo,
Um maldito,
Que explora corpos santos
E prostitui
sentimentos.
És um
ignorante,
Que confunde a
dualidade macho e fêmea
E te satisfazes
em desejos ambíguos.
Foge do teu pai,
Covarde, sedutor,
Assassino do
desejo,
Que, em fúria
cega,
Feriste os
olhos
E possuíste a
tua mãe.
Não te importa
mais o desejo santo,
O que te
interessa é o prazer carnal,
O sacrifício da
vida e da morte.
Nada te
restará,
Somente a
dúvida da procura infinita.
E qual delas
terá o teu desejo,
A mãe
santíssima ou a mãe puríssima?...
Uma tu
possuíste,
À outra, restou
o desejo santo da idolatria.
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